O caráter tóxico desses metais deve-se principalmente a propriedade bioacumuladora que possuem: não são capazes de ser metabolizados pelo organismo, e por isso, acumulam-se no corpo, podendo ocasionar doenças futuras. Sendo assim, o nosso organismo é capaz de absorver facilmente os metais pesados, porém, não é capaz de eliminá-los. Essa propriedade está associada à alta capacidade reativa que os metais pesados possuem, permitindo que interajam com facilidade com compostos químicos presentes no organismo. Estas interações promovem a formação de reações que são prejudiciais para moléculas orgânicas, como as proteínas e enzimas, podendo comprometer as suas funções, e consequentemente, o organismo. 

Exposição a Metais Pesados

   A exposição e contaminação por metais pesados pode ocorrer de diversas formas. Uma delas é contaminação do meio ambiente (ecotoxicidade), que tem se tornado cada vez mais constante e ocorre geralmente por meio do descarte indevido de efluentes em rios e mares pelas indústrias, afetando além dos ecossistemas aquáticos. Sendo assim, a absorção humana por esses metais pode ocorrer indiretamente através da ingestão de água e alimentos contaminados, como peixes e outros frutos do mar que foram expostos a metais pesados (neste caso, os mais encontrados nos organismos são o mercúrio, o chumbo e o cádmio, que estão entre os mais tóxicos) e através de outros alimentos e bebidas industrializados. Os metais pesados também estão na agricultura e pecuária, principalmente por meio de fertilizantes e pesticidas, contaminando vegetais, frutas, gramíneas e raízes, e consequentemente, animais. Estão presentes em inúmeros produtos de higiene como pastas de dente, sabonetes e produtos de cabelo, em cosméticos como maquiagens, esmaltes e cremes em geral, e em fármacos como pomadas e xaropes. Também podemos encontrá-los em materiais de construção, equipamentos eletrônicos e hospitalares, termômetros, cigarros e afins, alguns tipos de plásticos e papéis, tintas, canos, lâmpadas, munições e entre outros.