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Bisfenol A

O Que é Bisfenol?

   O bisfenol A, mais popularmente conhecido como BPA, é um composto orgânico industrial não persistentes utilizado na produção de plásticos. Em 1953, foi descoberto sua capacidade de estimular a polimerização do plástico policarbonato, e assim entre 1957 e 1958, deu-se início à produção industrial de bisfenol A nos EUA e na Europa. Mais tarde começou a ser utilizado no fabrico de resinas epóxi.

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Estrutura química do BPA

Eles Fazem Mal à Minha Saúde?

    Estudos recentes levantaram dúvidas quanto à sua segurança. Em 2010 a OMS realizou uma reunião com especialistas de vários países para discutir o assunto. A conclusão do relatório destacou que em muitos estudos a exposição ao BPA é inferior aos níveis que causariam preocupações para a saúde; somente alguns poucos estudos mostraram riscos com doses mais baixas (como alterações no desenvolvimento neurológico específico ao sexo, nos parâmetros visuais do esperma, ansiedade e mudanças pré-neoplásicas nas glândulas mamárias e próstata de ratos). Dados mais recentes sugerem que o BPA interage com receptores de hormônios, incluindo receptor de androgênio, receptor do hormônio da tireóide e do estrogênio. Portanto, interferindo na função não só do sistema endócrino, incluindo alterações na função de hormônios sexuais, insulina, leptina, adiponectina ou tiroxina, mas também afeta outros sistemas do corpo, como o sistema nervoso e imunológico. Está associado a doenças cardíacas, diabetes, infertilidade, obesidade, hiperatividade, entre outras.

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   Por precaução, alguns países, inclusive o Brasil, optaram por proibir a importação e fabricação de mamadeiras que contenham Bisfenol A, considerando que crianças e bebes possuem maior susceptibilidade aos riscos e estão mais expostos. Assim, mamadeiras em policarbonato não podem ser comercializadas no Brasil desde 2012. Para as demais aplicações, o BPA ainda é permitido. Em 2017, cerca de 5.4 milhôes de toneladas de BPA foram produzidas.

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Esquema do Efeito tóxico do BPA (Bisfenol A)

Rotas de Exposição

   A exposição ao Bisfenol A ocorre por via ocupacional, ambiental e alimentar. A exposição ambiental resulta da contaminação atmosférica, aquática e dos solos devido à utilização industrial deste químico. Já a exposição ocupacional ocorre em trabalhadores de indústrias de síntese de bisfenol A e de policarbonato, resinas epóxi, PVC e papel térmico. A exposição ao bisfenol A por via alimentar é a mais preocupante dentre elas. Resulta da utilização de recipientes e embalagens de plásticos policarbonatos ou ainda da utilização de resinas epóxi no revestimento interior de latas de conservas. Estudos demonstram que há liberação de BPA nos alimentos que estão em contato direto com esses materiais. Este polímero é, também, utilizado em garrafões retornáveis (20 litros) de água mineral, atas em conserva, rolos de PVC, CDs, telefones, papel térmico, cosméticos, entre outras aplicações que contenham policarbonato ou resina epóxi.

Mas Como Eu Evito o Contato com o BPA?

1. Não esquente no micro-ondas bebidas e alimentos contidos em plásticos;

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2. Use vidros, porcelana e aço inoxidável para armazenar alimentos e bebidas no freezer e geladeira;

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3. Plásticos transparentes e mais duros geralmente são feitos de BPA;

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4. Alimentos gordurosos em potes de plásticos tendem a concentrar mais BPA;

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   No caso dos plásticos, basta observar o rótulo dos produtos. Neste rótulo, encontra-se um pequeno número dentro de um triangulo de setas. Ele tem a função de alertar qual o tipo de plástico os consumidores estão adquirindo e também orientar o descarte seletivo. No total, eles são divididos em sete grupos. Para diminuir o contato esta e outras substâncias tóxicas, evite os plásticos dos grupos 3, 6 e 7.

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    Algumas embalagens possuem o selo "BPA free", indicando que são 100% livres de BPA e portanto recomendados para uso.

Referências:

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  • Bisfenol A. Anvisa. Disponível em: portal.anvisa.gov.br/alimentos/embalagens/bisfenol-a

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  • Bernardo P. E. M. et at. Bisfenol A: o uso em embalagens para alimentos, exposição e toxicidade – Uma Revisão. Rev Inst Adolfo Lutz. 74(1):1-11. 2015.

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  • P. Monica Lind et al. Endocrine-disrupting chemicals and risk of diabetes: an evidence-based review. Diabetologia. 61:1495–1502. 2018.

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